Dear John letter nunca deixada

16.7.09

Eu podia parar com isto. Podia. Mas nunca to disse. E isso provoca ecos que duram o tempo que tiver de ser. Ecos que descem por mim abaixo e nunca me largam. Ouço-me desancar-te, encostar-te à parede, fazer-te num oito e no fim nunca mais te ver. Vejo-me explodir-te na cara todas as verdades a que fugiste e eu tinha tão alinhadinhas para te dizer.
Era tudo piropo, tesão e "minha Nossa Senhora" até um dia. O dia do costume.
Um dia deixaste de me tocar, de me elogiar de me deixar o ego nos píncaros. Assim, sem mais nada. Um dia ías ser pai, eu era a outra, e tinhas de te portar bem. Portar bem... "achas que tenho condições de te dar o que queres?" - ai pensar no ridículo clichet que te revelaste chega a ser cruel - eu não via nada, claro. Para mim, estavas "só" a ser cobarde. E era tão mais que isso. O alcance da coisa era tão maior que os ecos ali em cima só ficaram no presente por pura estética ou preguiça. Já não os ouço, já não quero saber. Também ainda não quero tropeçar em ti. Mas os ecos, já não ouço.

Comments

3 Responses to “Dear John letter nunca deixada”
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Abóbora, a sério que gosto da série John Letter. Aliás, agora que ninguém nos ouve, venho aqui ao Escadotes só para ler a série John Letter e, de raspão, leio os outros posts. Também são bons posts, não o nego, mas, lá está, nã têm a categoria do John Letter.

(mas, caramba, um tipo que diz "minha nossa senhora" não er anada bom augúrio...)

16 de julho de 2009 às 22:57
Abóbora Menina disse...

Eu hesitei por mim, mas pensei exactamente o mesmo quando o escrevi! Fica para toda a gente ver que há homens que o dizem e mulheres que nem o vêem. E provavelmente vice-versa.
E obrigada!

16 de julho de 2009 às 23:07
Anónimo disse...

Vá lá, meninas, força no gatilho! Criar dinâmica!Vocês são treze! Quero comentar e isso...

19 de julho de 2009 às 13:51

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