o alcance do acaso

24.5.10

Um dia vamos ao café em frente a casa comprar cigarros, como é hábito no estabelecimento, não têm moedas. Apesar da chuva iminente, vamos até ao fundo da rua onde sabemos que nos vendem tabaco, mesmo que não tenhamos moedas. No trajecto uma placa chama-me a atenção, mas, ainda assim seguimos caminho. A placa continua a pairar na mente. Compro os cigarros para mim e uma pastilha para ele. No caminho para casa, novamente a placa e paramos e olho e volto a olhar. A cabeça a mil e um sonho ali tão perto. Meia dúzia de passos à frente e recolho a informação fundamental que não constava na placa. Seguimos caminho, eu levo os cigarros na carteira, ele mastiga a pastilha. A cabeça a duzentos mil. Borbulham ideias, assaltam dúvidas, a cabeça não pára e o entusiasmo cresce. Chegamos a casa. Não páro, contínuo num constante frenezim. Ideias que procuro, ideias que me assaltam, dúvidas que se levantam. Acendo um dos cigarros que comprei e que trazia na mala. Inspiro o fumo e antes mesmo de o expelir já tenho o cenário do sonho montado na cabeça. Algumas das soluções já estão encontradas. A dúvida essencial resiste ainda sem solução. A cabeça não pára e já dói. Consigo ter uma imagem nítida, mas tenho de acordar e viver.

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