o alcance da esquizofrenia direccionada

19.5.10

Há algum tempo que o marido lhe tinha dado mostras de que o casamento se estava a tornar num fardo, conversaram. A vida para ela seguia o seu rumo, para ele não. Já não sentia satisfação nenhuma naquela relação. O casamento tinha-se tornado naquilo que os outros esperavam ver e não no que era suposto ele sentir. Ele voltou à carga e falou pela primeira vez em separação, ela respondeu com a ameaça mais comum, os filhos. Que mudava de cidade e que tudo faria para colocar os filhos e toda a gente contra ele. Ameaçou, chorou, barafustou e seguiu a sua vida. Ele sentiu o mundo dele a afundar-se. Uma luta do bem estar contra o mal com que o ameaçavam chegou a fazê-lo repensar tudo. Ao repensar também teve de ponderar que não queria ser prisioneiro e avançou. Mal o carrasco sabia que lhe tinha dado o empurrão que faltava. Acabou por deixá-la, saiu de casa debaixo de gritos e ameaças alternadas com choros e promessas de amor, ainda assim, saiu. As ameaças dos filhos foram cumpridas, mas apenas em parte. Ele está com os filhos o mesmo tempo que a progenitora teria como direito se utilizasse esse tempo para estar verdadeiramente com as crianças ao invés de as deixar com um dos escravos que tem para essas tarefas. Mas parte da ameaça foi cumprida e a cabeça das crianças é um verdadeiro carrossel. Nos momentos de tédio alterna sms de amor profundo e verdadeiro com ataques de ódio e rancor. Tudo serve como arma e, todos que agora circulam à volta dele, servem como alvo.
A sanidade mental dele é posta à prova de muitas formas. Se de manhã acorda com um sms digno de amante saudosa, à tarde é um mail completamente contraditório e à noite é um mms convidativo com a foto da depilação da zona genital. E ele, paciente, atura, na esperança que um dia a ex-mulher tenha um pingo de vergonha na cara, engate o primeiro e siga a sua vida.

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