O alcance do capricho

31.10.09

"Vá, que isto não é conversa para ti" e eu feita criança a querer desmentir tudo "nada disso, eu também gosto de sexo, sabes lá o que ía ser vires comigo um dia destes" E calo-me. Porque não tenho de to dizer. Porque soaria infantil e idiota. Porque és tapado como tantos, e achas que saber estar é conversar, não dizer asneiras não é de quem goste de cama. Think again Sherlock. Se tu soubesses as alterações fisiológicas (sim, pá, vê se cresces, as pessoas não sentem só o coração a bater) libidinosas e luxuriantes que me causas a milimetros de distância não só te calavas, como fugias a correr.
O que eu gostava de encontrar num homem era a mistura de dois mundos, parece-me: básico no approach - o que eu gosto de um "anda cá que és minha" pegada pelo braço com uma mão forte, homem a cheirar a homem, mas que perceba as diferenças. Sem ter de as evidenciar.
Tive um,já não tenho.

O alcance do impossível

12.10.09

é bem sabido que aquilo que não podemos ter é o mais desejado. tanto ouvidas ou proferidas foram as minha orações que teria não um ou dois mas vários à escolha, como que em passando de um período de jejum prolongado, de repente se me aparecesse um restaurante enorme em frente dos olhos, repleto de iguarias, umas com melhor aspecto, outras menos, mas ainda assim com pratos variados à escolha.
pois que o único prato que queria, o único que me fez salivar à passagem pelos olhos, me fez imaginar o seu sabor e cheiro únicos, um banal prato do dia sem qualquer tipo de requinte, é o que está esgotado. típico, pois.
em sendo assim, penso em escolher talvez o que menos me apetece comer e, vomitando-me por dentro, deixando que me corroa as entranhas, me provoque indigestões brutais, me corrompa, me fure o estômago, me faça buracos no intestino, me mate.
isto porque é nestas coisas que me descubro - completamente ao contrário do que possa parecer - muito mais masoquista do que sádica.